A Polícia Civil e o
Ministério Público de Goiás (MP-GO) criarão forças-tarefas especiais para
apurar as denúncias de abuso sexual envolvendo o médium João Teixeira de Faria,
conhecido internacionalmente como João de Deus.
A Polícia Civil deve
definir a quantidade de delegados e agentes que atuarão no caso durante reunião
convocada pelo delegado-geral André Fernandes para as 16h30 de hoje (10),
em Goiânia.
A assessoria de
imprensa confirmou à Agência Brasil que a instituição já havia
instaurado inquéritos para investigar acusações apresentadas por frequentadoras
da Casa Dom Inácio de Loyola, em Abadiânia (GO), mas que as denúncias se avolumaram
depois que o caso se tornou público, sendo divulgado na imprensa. A criação da
força-tarefa se deve à complexidade do caso.
Já o Ministério Público
goiano pretende atuar em conjunto com promotores de outras unidades da
federação onde residam mulheres que afirmem ter sido vítimas de abusos sexuais
supostamente cometidos pelo médium. As primeiras denunciantes devem começar a
ser ouvidas amanhã (11).
O escândalo envolvendo
João de Deus veio à tona na última sexta-feira (7), quando o programa Conversa
com Bial, da TV Globo, veiculou o relato de várias mulheres que afirmam terem
sido vítimas do médium. Segundo os relatos, João de Deus as teria levado para
cômodos isolados do centro espírita e as molestado, acariciando seus corpos.
Algumas mulheres garantem que o médium chegou a expor seu pênis, forçando-as a
tocá-lo a pretexto de curá-las.
A reportagem ainda não
conseguiu contato com o médium e com seus advogados. Desde ontem (9), ninguém
atende os telefones de contato divulgados na página da Casa Dom Inácio de
Loyola, na internet.
Em nota divulgada no
sábado (8), a Federação Espírita Brasileira afirma que o espiritismo orienta
que o serviço espiritual não deve ocorrer isoladamente, apenas com a presença
do médium e da pessoa assistida.
Além disso, a entidade
informa que “não recomenda a atividade individual de médiuns que atuem por
conta própria” que, portanto, “não estão vinculados ao movimento espírita, nem
seguindo sua orientação”.
Da Agência Brasil
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