Faculdade pretende
encerrar o curso de Terapia Ocupacional e sugere que alunos migrem para o de
Fisioterapia
O Ministério Público do
Maranhão expediu uma Recomendação nesta segunda-feira, 19, orientando que a
Faculdade de Imperatriz - Facimp Wyden, tome as medidas necessárias para
garantir a conclusão e a colação de grau de todos os alunos já matriculados no
Curso de Terapia Ocupacional, independentemente do período que estejam
cursando.
O documento ministerial
foi elaborado pelo promotor de justiça Newton Bello Neto, atualmente
respondendo pela 9ª Promotoria de Justiça Especializada na Defesa da Educação
de Imperatriz. A Recomendação foi motivada por conta de um Inquérito
Civil instaurado pela Promotoria da Educação para apurar irregularidades
denunciadas pelo Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 16ª
Região (Crefito-16).
De acordo com as denúncias,
a Facimp é a única instituição de ensino superior a ofertar o curso em
Imperatriz. No entanto, alegando que não há procura por novas matrículas para
Terapia Ocupacional, a instituição de ensino pretende cancelar o curso e
convencer os 18 alunos já matriculados a migrarem para o curso de Fisioterapia,
onde aproveitariam 14 das 18 disciplinas já cursadas.
Na Recomendação, o
Ministério Público ressalta que a garantia da conclusão do curso perpassa por
questões de interesse público e social, referentes ao direito fundamental à
educação. O promotor de justiça explica que, no momento em que a Facimp obteve
a delegação do Poder Público para ofertar o curso de Terapia Ocupacional,
colocou-se no lugar da Administração Pública em tal dever.
Desta forma, a unidade de
ensino deve seguir os mesmos deveres de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência, de acordo com os termos da Constituição Federal,
referentes aos princípios da Administração Pública e do direito fundamental à
educação.
“Estes alunos prestaram
exames de admissão para esta área porque se identificam com a profissão e
também porque reconhecem a importância e o déficit desses profissionais na
Macrorregião de Saúde de Imperatriz. Além disso, é de suma importância que em
Imperatriz haja a formação de acadêmicos na própria cidade, como mais uma forma
de garantir a oferta de mão de obra qualificada no mercado de trabalho, sendo
certo que a faculdade particular, ao receber a delegação do Poder Público para
a oferta do serviço, não pode agora faltar com o dever de assegurar a conclusão
do curso dos alunos matriculados”, ressalta o promotor de justiça Newton Bello
Neto.
Inquérito
Além da Recomendação, a Promotoria de Educação enviou documento com as informações do Inquérito Civil à Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação (MEC), para a possível tomada de providências na área administrativa, com o objetivo de resolver o problema.
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