Praça dos Gatos no Anel Viário |
Uma audiência realizada
na Vara de Interesses Difusos e Coletivos de São Luís, que contou com a
participação do Município de São Luís, do Ministério Público e de várias
instituições que cuidam de animais, discutiu soluções para os problemas da
Praça dos Gatos, área que fica na Avenida Vitorino Freire e é conhecida pela
grande quantidade de gatos abandonados que habitam o local.
O objetivo é garantir o
bem-estar desses animais, bem como combater o sofrimento das dezenas de gatos e
impedir que eles sejam transmissores de doenças.
A audiência de
conciliação é parte da ação que tem como autor o Ministério Público e como
requerido o Município de São Luís. Participaram como interessadas a ONG Bicho
Feliz, o IBEDEC, a AMADA (Associação Maranhense de Defesa dos Animais), o Lar
de Noé, e a ONG Dindas Formiguinhas.
Presente à audiência, o
Secretário Municipal de Saúde Lula Fylho já apresentou algumas medidas que
deverão ser adotadas gradativamente. O Município de São Luís, sob os cuidados
da Secretaria Municipal de Saúde, através da Unidade de Vigilância em Zoonoses,
se compromete em vacinar todos os gatos daquela praça, providência que se
iniciará já no próximo dia 7 de outubro.
“Será realizada a
vacinação antirrábica e antivirótica nos turnos matutino e vespertino, na Praça
dos Gatos, contando com a presença de 02 (duas) equipes, cada uma com 01 (um)
veterinário e 02 (dois) agentes de endemias”, colocou o secretário.
DA AÇÃO – O Ministério
Público relata que o Município de São Luís tem responsabilidade no abandono,
doenças, risco para a saúde, e mortes por violência sofridos por dezenas de
animais domésticos que se refugiaram e habitam um logradouro público, nominado
popularmente como “Praça dos Gatos”. O fato, além de público, é de oficial
conhecimento do Município, haja vista que em 09 de julho de 2015, respondeu à
Promotoria de Justiça da Saúde, informando ter vacinado contra raiva 176 (cento
e setenta e seis) animais, a pedido da Delegacia de Meio Ambiente.
Narra a ação: “Os documentos
que geraram a instauração do inquérito civil, comprovam que o Município de São
Luís tem plena ciência dos fatos, mas se recusa a tomar qualquer providência
que conduza ao resgate dos animais e à sua destinação segura, alegando que
somente as providências relacionadas ao controle de zoonoses seriam de sua
responsabilidade”. Para o MP, o Município tem responsabilidade civil pelos
danos causados aos animais e à biodiversidade que representam, além de danos
morais à sociedade pelo desconforto, constrangimento e dor coletivos,
decorrentes inclusive dos episódios delitivos em que dezenas de gatos
amanheceram mortos, vítima de violência.
Durante a audiência,
realizada nesta segunda-feira (1), o Município se comprometeu em aplicar
recursos orçamentários já alocados, no montante de R$ 350 mil, para aquisição
de três veículos destinados à realização do resgate de animais, devidamente
adaptados à função, trazendo, assim, maior segurança à população e aos animais
abandonados em via pública, contribuindo, também, na maior eficiência nas
medidas protetivas de saúde pública e visando à adequação de todos os
procedimentos de competência da Unidade de Vigilância em Zoonoses em São Luís.
“O Município se
compromete em elaborar um plano de parceria com a livre iniciativa, unindo
esforços com as entidades privadas, com ou sem fins lucrativos, cuidadoras de
animais, interessadas neste processo judicial, e também as que atuam no mercado
de animais/derivados, buscando viabilizar espaços/locais aptos a abrigar
provisoriamente os animais oriundos da Praça dos Gatos. Será avaliada em cada
caso a possibilidade de adoção desses animais, tendo como critério maior a
saúde pública”, destaca a Ata da audiência.
“Devemos frisar que
ainda não há um acordo total nesse processo. Iniciamos tratativas e chegamos a
algo parcial, através do qual o Município envidará esforços para colocar em
prática o que consta na Ata. Foi uma audiência longa e o Município demonstrou
força de vontade para realizar parte dos assuntos discutidos. Já marcamos uma
nova audiência para o dia 5 de dezembro. Nessa data, faremos um monitoramento
sobre o que está sendo feito. A partir daí, faremos outra audiência também para
acompanhamento desse caso, sobre o que foi realizado. Esse acordo está sendo
costurado com o tempo, dialogando sempre e visando ao bem comum e à construção
de uma solução coletiva”, avalia o magistrado.
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