Exposição ‘O Ritmo Encantado do Povo Akroá-Gamella’ será aberta nesta quarta-feira no Palacete Gentil Braga



Selecionada pelo Edital de Ocupação nº 009/2019 da Galeria Antônio Almeida, a exposição fotográfica “O Ritmo Encantado do Povo Akroá-Gamella”, a primeira mostra fotográfica do pesquisador vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Francisco Valberto, será inaugurada nessa quarta-feira (24), às 19h, no Palacete Gentil Braga (Rua Grande, 782 – Centro), em São Luís/MA. Aberta ao público, a exposição inédita é composta por 18 fotografias.

As fotos e pesquisa da exposição são de autoria do pesquisador Francisco Valberto dos Santos Neto. A curadoria foi realizada por Eduardo Cordeiro e a edição das imagens por Adson Carvalho.  No dia 7 de maio, às 15h, haverá a roda de conversa “Reencantamento do mundo e a resistência indígena”, com os participantes Francisco Valberto, Ramon Alcântara e representante do povo Akroá-Gamella. A roda de conversa destina-se a alunos do ensino médio e a comunidade em geral.

Resistência e costumes

Os Akroá-Gamella estão localizados na região da Baixada Maranhense. “Desde o século XVIII o território do povo Akroá-Gamella sofre invasões empreendidas pela marcha violenta e unilinear da colonização. As invasões se prolongaram e na segunda metade do século XX invasores criaram um inventário de terras fraudulento, a grilagem. Tal processo desencadeou uma onda de violência ao povo que viveu com seu território invadido, sob a posse de fazendeiros”, disse Francisco Valberto.

As imagens registram momentos de rituais do povo; a construção de artesanatos, com o uso do Guarimã, planta de onde é retirada uma fibra resistente para a confecção de Tapitis, por exemplo, instrumento em formato cilíndrico para secar mandioca ao fazer farinha; de caminhadas pelo território, local sagrado. Ou seja, um conjunto de imagens que expressam as práticas e costumes, entrelaçados com a resistência, do povo Akroá-Gamella.

Saiba mais

Em 2014 a resistência e luta pelo território foi atualizada e intensificou-se o processo de recuperação territorial, fator de suma importância para a manutenção da vida do povo, uma vez que permite o cultivo de seus alimentos e, sobretudo, a regeneração e permanência da mata. “Lançando-me no trabalho de campo no território do povo Akroá-Gamella busquei investigar como a subjetividade, ou seja, o modo pelo qual suas práticas produzem relações entre a natureza, o território e os encantados, compõem o território existencial do povo, sendo esses elementos entrelaçados entre si, uma vez que se trata ‘de um fio da mesma teia da vida'”, ressalta o pesquisador.

Sobre o autor

Graduado em Psicologia pela UFMA e mestrando do Programa de Pós-Graduação em Psicologia da mesma instituição, o autor realiza pesquisa com o povo Akroá-Gamella desde janeiro de 2018, onde fez seu trabalho de conclusão de curso e permanece fazendo pesquisa a nível de mestrado sobre o processo de construção da subjetividade dos Akroá-Gamella. É membro do grupo de Pesquisa e Extensão EDUCARES, sob coordenação do Prof. Dr. Ramon Alcântara, onde se desenvolve estudos sobre Psicologia, Educação e diversidade.

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