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Foto: Leonardo Prado/Secom/PGR
Na
entrevista em que detalhou os pedidos apresentados ao STJ, a procuradora-geral
defendeu o sequestro de bens até o limite de R$ 39,1 milhões
A procuradora-geral da
República, Raquel Dodge, destacou nesta quinta-feira (29), em coletiva de
imprensa, a necessidade da reparação dos danos causados ao patrimônio público
por atos de corrupção cometidos por agentes públicos. Ao pedir a prisão do governador
do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (MDB), e de outras oito pessoas, Raquel
Dodge solicitou também o sequestro de bens dos investigados no valor de R$ 39,1
milhões.
De acordo com as
investigações, o governador integra o núcleo político de uma organização
criminosa que, ao longo dos últimos anos, cometeu vários crimes contra a
Administração Pública, como organização criminosa, lavagem de dinheiro e
corrupção.
O montante a ser
bloqueado corresponde, em valores atualizados, ao que o governador teria recebido,
a título de propina, no período de 2007 a 2015 – R$ 25 milhões.
“As medidas de
sequestro de bens são necessárias para que haja, em tempo oportuno, o devido
ressarcimento do dano. O foco da atuação não tem sido só na punição dos
infratores e na paralisação das atividades criminosas, mas também de reparação
do dano causado ao patrimônio público”, disse.
Ao requerer a prisão
preventiva dos investigados, Raquel Dodge também chamou a atenção para a
gravidade dos fatos cometidos pelos investigados, que continuavam praticando
crimes contra a Administração Pública.
Segundo Raquel Dodge,
ainda estavam em andamento, até a prisão dos investigados nesta quinta-feira,
os crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, prática utilizada
para ocultar ou dissimular o dinheiro desviado. A facilidade de se ocultar
valores principalmente por agentes públicos e a necessidade de localizar e
devolver o montante aos cofres públicos também foram determinantes para a
decretação das prisões preventivas e das buscas e apreensões.
“O dinheiro desviado
por atos de corrupção e escondido por atos de lavagem deve ser devolvido aos
cofres públicos, porque é um dinheiro oriundo de impostos pagos em dia pela
população, por isso, crimes dessa natureza são extremamente graves”, ressaltou
a PGR.
Ainda sobre o tema, a
procuradora-geral relembrou voto do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís
Roberto Barroso na sessão dessa quarta-feira (28) que julgava a concessão de
indulto a condenados pelo crime de corrupção, reforçando que a “corrupção é um
crime violento porque desvia verbas públicas para financiar políticas públicas
importantes para a população, seja na área da saúde, educação, segurança. É um
crime gravíssimo”.
Além da PGR, participaram da entrevista coletiva, a secretária da Função Penal Originária no STF, Raquel Branquinho, e o procurador-geral da República, Leonardo Cardoso de Freitas. Assim como a PGR, os dois destacaram que a operação desta quinta-feira é resultado de um trabalho conjunto entre as Forças Tarefas da Lava Jato no Rio de Janeiro e em Brasília bem como de outras instituições como a Polícia Federal e a Receita Federal.
Além da PGR, participaram da entrevista coletiva, a secretária da Função Penal Originária no STF, Raquel Branquinho, e o procurador-geral da República, Leonardo Cardoso de Freitas. Assim como a PGR, os dois destacaram que a operação desta quinta-feira é resultado de um trabalho conjunto entre as Forças Tarefas da Lava Jato no Rio de Janeiro e em Brasília bem como de outras instituições como a Polícia Federal e a Receita Federal.
"Foi uma operação
que levou seis meses de total dedicação dos colegas. A partir do acesso ao
material da colaboração pela FT Lava Jato no Rio de Janeiro houve a
corroboração e análise conjunta com os dados que eles já tinham e outros
juntados", resumiu Raquel Branquinho.
Já o procurador
Leonardo Cardoso, enfatizou a continuidade do esquema criminoso ao longo dos
últimos anos, frisando que, assim como na gestão de Sérgio Cabral, as ações
passaram pelo gabinete do governador e pelas secretarias de Obras e de Governo.
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Governador Pezão |
Pedidos – Além do governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, foram pedidas as prisões de outras oito pessoas. Também foram cumpridos 30 mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro, Piraí, Juiz de Fora, Volta Redonda e Niterói. Além das prisões, o ministro do Superior Tribunal de Justiça Felix Fischer, autorizou buscas e apreensões em endereços ligados a 11 pessoas físicas e jurídicas.
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