O Brasil tem interesse em
comercializar equipamentos de defesa com os Emirados Árabes Unidos. Em
entrevista concedida hoje (3) à imprensa, em Dubai, o vice-presidente
brasileiro, Hamilton Mourão, destacou que quer não apenas vender material para
os árabes como também comprar deles.
Ele participou da
abertura do fórum de economia sustentável da Amazônia Emirados Árabes-Brasil,
que reuniu empresários, investidores e autoridades governamentais dos dois
países.
“Temos um protocolo entre
os dois ministérios da Defesa que tem que avançar. É uma grande oportunidade
para ambos os países, porque ambos produzimos produtos nessa área, produtos de
grande valor. Então é uma área em que temos que sentar e conversar mais, para
avançarmos nisso.
A ideia é, em quatro ou
cinco anos, chegar à marca de US$ 5,6 bilhões na balança comercial entre os
dois países, ou seja, o dobro do registrado em 2020. Entre as oportunidades
para os Emirados Árabes está uma licitação para a compra de veículos blindados
8x8 que está em andamento no Brasil. Por outro lado, a indústria brasileira tem
interesse em vender seus sistemas de lançamento múltiplo de foguetes.
Outra meta do Brasil é
conseguir vendas de jatos da Embraer para companhias aéreas da região, que tem
um mercado consolidado de aviação civil. Apenas nos Emirados Árabes, há duas
grandes companhias aéreas com grande presença internacional, a Emirates e a
Etihad, além de outras como Flydubai e Air Arabia.
“Existe uma expansão
nessa região em termos do transporte aéreo. O próprio Brasil abriu nosso
mercado de transporte aéreo para empresas estrangeiras, sem necessidade
de ter um sócio brasileiro. Então, uma empresa que for se estabelecer
no Brasil pode adquirir as aeronaves da Embraer. A Embraer também vai entrar
nesse novo ramo do carro voador. É um amplo espaço que existe para haver um
progresso”, afirmou o vice-presidente.
Ele destacou, no entanto,
que o mercado é muito competitivo com forte presença das gigantes Boeing e
Airbus, além da competidora direta da Embraer, a Bombardier. “É uma disputa que
não é simples. Temos que ter uma condução muito boa nisso, não só no
nível diplomático e governamental, mas também no nível econômico e comercial. A
associação do ente público com o ente privado no sentido de que a gente tenha
uma força efetiva para poder competir num mercado onde duas grandes empresas
procuram controlar o mercado”.
Investimentos
Mourão também aproveitou
o encontro com empresários árabes para falar sobre oportunidades para
investidores na Amazônia, tema que ele vem reforçando desde que chegou a Dubai,
no último dia 30. Segundo ele, há, por exemplo, possibilidades de investimentos
em infraestrutura de transportes e energia, não apenas na região amazônica,
como em outros locais do país.
“Há um bom espaço para
investimentos. E um investimento que trará um bom dinheiro para quem colocar
dinheiro lá. Eu sei que os Emirados Árabes têm fundos admiráveis, com grande
capacidade de investir em todo o mundo”, disse ele, complementando que árabes
já têm investidos no Brasil cerca de 10 bilhões de dólares.
Energias alternativas
Na coletiva de imprensa,
o vice-presidente disse também que é preciso desburocratizar o marco energético
brasileiro, para que se possa ampliar a geração de energia solar e eólica no
país. “Ainda existe muita limitação para a questão da energia solar. Existem áreas
no Brasil cuja vocação será a produção desse tipo de energia. No sertão
nordestino, você pode criar ali fazendas de energia solar, onde a pessoa que
possui aquela terra, que vive em uma condição extremamente limitada, terá
ganhos para ele, para sua família e, ao mesmo tempo, vai ter produção
de energia”, disse.
Segundo ele, esse tipo de geração poderia complementar o fornecimento de energia para o país em momentos como que o Brasil está vivendo, de redução da produção hidrelétrica devido à escassez de chuvas.
Da Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário