O procurador-geral de
justiça, Eduardo Nicolau, ingressou, nesta terça-feira, 1° de fevereiro, com um
pedido de suspensão de liminar junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). O
Ministério Público do Maranhão busca reverter uma decisão que liberou Tainar dos
Santos e Tainara dos Santos do cumprimento de pena de prisão.
As duas rés foram
denunciadas e processadas por homicídio qualificado contra a jovem Kelrrey
Daiana Ferreira Mouzinha. O crime ocorreu em 19 de abril de 2019, na cidade de
Matinha. Julgadas pelo Tribunal do Júri, em 24 de novembro de 2021, Tainar dos
Santos foi condenada a 18 anos e oito meses de prisão, enquanto Tainara dos
Santos recebeu a pena de 16 anos de prisão, com início imediato do cumprimento
da pena.
A defesa das sentenciadas
recorreu ao Tribunal de Justiça do Maranhão, mas o habeas corpus foi negado,
por unanimidade, pela Segunda Câmara Criminal. Um novo habeas corpus foi
ajuizado junto ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e teve liminar concedida
pelo ministro Jorge Mussi, dando o direito às rés de aguardar o julgamento
definitivo do caso em liberdade.
O Ministério Público do
Maranhão está requerendo que a liminar do STJ seja cassada e que a sentença do
1° grau seja considerada, com o retorno imediato das rés ao cumprimento da
pena. Em casos de condenações pelo Tribunal do Júri que resultaram em penas
acima de 15 anos, o cumprimento precisa ser iniciado imediatamente, conforme
prevê a Lei 13.964/2019, conhecida como “pacote anticrime".
O pedido feito pelo
procurador-geral de justiça é um dos primeiros do tipo no país, sendo
semelhante ao precedente existente no caso da Boate Kiss, no qual o STJ também
concedeu liberdade aos réus condenados, decisão cassada pelo Supremo Tribunal
Federal.
Para tanto, o chefe do
MPMA contou com a atuação decisiva do Centro de Apoio Operacional do Júri, que
deu o suporte necessário na coleta de subsídios doutrinários e jurisprudências
para formalização do pedido pela Assessoria Especial de Investigação.
“Com o apoio do Centro de
Apoio Operacional do Júri, buscamos reverter essa liminar, pois não podemos
aceitar que a população maranhense, em especial do município de Matinha, tenha
a sensação de impunidade em um caso tão grave, de crime contra a vida”, afirmou
Eduardo Nicolau.
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