O fim das cotas para
mulheres na política está na pauta da Comissão de Constituição, Justiça e
Cidadania (CCJ). Em reunião marcada para quarta-feira (10), os senadores
devem discutir o Projeto
de Lei 1.256/2019, que revoga a reserva de 30% de vagas a um mesmo sexo nas
candidaturas proporcionais. O texto tem sido motivo de polêmica e tem parecer
pela rejeição.
O relatório do senador
Fabiano Contarato (Rede-ES), contrário ao projeto, do, foi lido na última
quarta-feira (2). A discussão, no entanto, acabou sendo adiada a pedido do
autor, senador Angelo Coronel (PSD-BA), que estava hospitalizado. O debate será
retomado na próxima quarta-feira (10) e o texto será o primeiro item da pauta.
Angelo Coronel
justifica como motivação para o fim das cotas as denúncias de que alguns
partidos compelem mulheres a entrar no processo eleitoral apenas para assegurar
o percentual mínimo exigido de 30% de candidaturas femininas. Seriam
“candidaturas-laranja”, ou seja, não haveria investimento real para que as
candidatas fossem eleitas.
Para Contarato, apesar
da boa intenção de evitar fraudes, o projeto atenta contra a mais importante
conquista das mulheres desde o direito ao voto, estabelecido em 1932. Segundo o
parlamentar, cota é ação afirmativa, já foi declarada constitucional pelo
Supremo Tribunal Federal. Como contraponto ao texto, Contarato anunciou já ter
apresentado proposta que torna paritária a distribuição das candidaturas,
elevando o percentual mínimo para 50%.
Pauta feminina
A pauta da comissão
também tem projetos da agenda feminina, como o PLS
288/2018, da ex-senadora Vanessa Grazziotin, que determina que a Justiça
poderá impor o uso de monitoração eletrônica como forma de assegurar o respeito
ao limite mínimo de distância entre a ofendida e o agressor.
Os outro textos da
pauta feminina são o PLS
137/2018, do senador Humberto Costa (PT-PE), que prevê a concessão de
medidas protetivas em caráter de emergência a mulheres, crianças, idosos e
pessoas com deficiência que sejam vítimas de violência; e o PLS
191/2017, do ex-senador Jorge Viana, que estende a Lei Maria da Penha à
proteção de mulheres transgêneros e transexuais.
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