São Luís/MA – A Polícia
Federal deflagrou nesta quinta-feira (13/12) a Operação Hermes e o Gado II, com
a finalidade de reprimir crimes de subtração de valores do Banco Postal
cometidos por funcionários dos Correios. A ação contou com o apoio Superintendência
dos Correios no Maranhão e ocorreu nas cidades de São Luís/MA, Itapecuru/MA,
Imperatriz/MA, Redenção/PA, Bacabal/MA, Santa Inês/MA e Santa Luzia/MA.
Cerca de 60 policiais
federais e 2 equipes do Batalhão de Choque da Polícia Militar cumprem 4
mandados de prisão preventiva, 1 mandado de prisão temporária e 11 mandados de
busca e apreensão, além do afastamento de oito empregados públicos federais
(CORREIOS) em conjunto com outras medidas cautelares diversa de prisão.
As ordens judiciais
emanaram tanto da Justiça Federal de Bacabal quanto de São Luís. O trabalho
ainda contou com o apoio da logística do Fórum da Justiça Estadual em Santa
Inês.
Cães farejadores
encontraram drogas em poder dos investigados. Foram apreendidos R$ 6 mil na
residência de um deles.
As investigações
identificaram uma série de irregularidades ocorridas em várias unidades dos
Correios no Estado. Em uma delas, constatou-se o envolvimento de pessoas
ligadas a uma organização criminosa - ORCRIM. Os desfalques à agência dos
Correios da cidade foram utilizados como forma de capitalizar a organização
criminosa.
Verificou-se que o
funcionário dos Correios, aproveitando-se do seu poder de gerência, subtraía ou
facilitava a subtração de numerário do cofre do Banco Postal, deixando em caixa
apenas quantidade suficiente para manutenção das atividades regulares da
agência. Informava artificialmente, no sistema bancário, que o cofre estava
cheio, como se o dinheiro subtraído ainda ali estivesse.
Como a subtração de
dinheiro do cofre não era registrada no sistema do Banco Postal, tornava-se
necessária a criação de uma justificativa para a sua falta. Para isso, a ORCRIM
simulava assaltos, o que permitia afirmar que o dinheiro havia sido levado
naquele crime.
Para aumentar o
proveito da atividade criminosa, foram simulados depósitos no Banco Postal,
cujos valores logo depois eram sacados e divididos entre os membros da ORCRIM.
Em seguida, entravam em cena os laranjas, possuidores de contas no Banco do
Brasil, que repassavam aqueles depósitos à ORCRIM, dando uma aparência legal ao
dinheiro que alimentava o tráfico de drogas. Praticavam, ainda, a subtração de
aparelhos celulares de valor elevado, os quais eram distribuídos aos membros da
ORCRIM.
Outra vertente
utilizada pela quadrilha foi a ativação de cartões de bolsa família e de
benefícios previdenciários. O gerente possuía acesso aos sistemas corporativos,
habilitava os cartões de benefício, até para pessoas mortas, o que
possibilitava a obtenção de empréstimos bancários com os documentos
esquentados.
A previsão do total de
valores subtraídos nos sete municípios chega a quase R$ 1 milhão, podendo
aumentar até o final das investigações.
O nome da operação é
uma alusão ao conto mitológico de mesmo nome, que traz como tema a utilização
de subterfúgios, com a finalidade de encobrir os crimes cometidos pelo
mensageiro de Zeus.
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