A pedido do Ministério
Público do Maranhão, o Poder Judiciário suspendeu a cessão do Hospital Carlos
Macieira para a Secretaria de Estado da Saúde. A unidade hospitalar deve
retornar para a administração do Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria
(Fepa).
A decisão judicial foi
publicada no dia 12 de fevereiro, estabelecendo a destinação do hospital para
atendimento exclusivo dos servidores públicos estaduais. Foi declarada nula a
Resolução do Conselho Superior do Fundo Estadual de Pensão e Aposentadoria
(Consup) que autorizava a mudança de gestão da unidade hospitalar.
A Ação Civil Pública
(ACP) de obrigação de fazer e declaratória de nulidade de ato jurídico foi
ajuizada, em abril de 2013, contra o Estado do Maranhão. Assinou o titular da
1ª Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde de São Luís, Herbeth Costa
Figueiredo.
Segundo o Ministério
Público, o Hospital Carlos Macieira pertence ao Fepa e é custeado pelo Fundo de
Benefícios do Servidor do Maranhão (Funben), constituindo-se estes no Sistema
de Seguridade Social dos Servidores Públicos Estaduais, regido por normas e
diretrizes estabelecidas pelo Consup.
Na ACP, a 1ª Promotoria
de Justiça de Defesa da Saúde destacou que, ao passar a integrar a rede
estadual de saúde, na área de alta complexidade, o Carlos Macieira deixou de
prestar serviços ambulatoriais e de internações de forma exclusiva aos
servidores.
Herbeth Figueiredo destacou
que na transferência do imóvel ocorreram várias irregularidades em
desobediência às normas mais elementares do contrato administrativo,
principalmente as deliberações na ata da primeira reunião do Consup, realizada
em 18 de abril de 2011, onde deliberou-se que “o servidor estadual e seus
dependentes terão acesso garantido na urgência e emergência, que funcionará
para esse público em regime aberto”.
Desde a mudança de administração e controle da unidade de saúde, servidores públicos estaduais foram excluídos de qualquer forma de atendimento médico no Hospital Carlos Macieira.
Desde a mudança de administração e controle da unidade de saúde, servidores públicos estaduais foram excluídos de qualquer forma de atendimento médico no Hospital Carlos Macieira.
“Mesmo com a cessão de
uso do imóvel, o servidor contribuinte do Funben ainda continua direcionando
mensalmente a importância de R$ 1,5 milhão unicamente para a manutenção dos serviços
de urgência e emergência, justamente nos serviços onde o servidor teria, a
princípio, prioridade no atendimento, posto que a outra parte da contribuição
R$ 1 milhão seria destinada para o credenciamento de clínicas especializadas,
de natureza privada, para atendimento ambulatorial, tudo conforme deliberado”,
questionou, na ACP, Figueiredo.
Além do MPMA, a
transferência do uso e administração do hospital foi questionada judicialmente
pela Associação dos Servidores Públicos Militares do Maranhão (Assepmma),
Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Sindicato dos
Policiais Civis do Estado do Maranhão (Sinpol), Sindicato dos Servidores da
Justiça do Estado do Maranhão (Sindjus), Sindicato dos Servidores do Estado da
Saúde do Maranhão (Sindsesma), Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica
das Redes Públicas Estadual e Municipais do Estado do Maranhão (Sinproesemma).
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