As previsões foram divulgadas hoje (16) pela Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Confira as previsões de
importação e exportação para 2021:
Importação
Agropecuária |
4.029 |
4,115 |
-2,1 |
Indústria extrativa |
6,867 |
6,360 |
+8,0 |
Indústria de
transformação |
156,870 |
145,931 |
+4,6 |
Outros produtos |
0,550 |
0,510 |
+7,8 |
TOTAL |
168,316 |
156,916 |
+7,3 |
SALDO |
69,018 |
51,875 |
+33,0 |
Exportação
PRODUTOS |
2021 |
2020* |
VARIAÇÃO (%) |
Agropecuária |
51,968 |
44,972 |
+15,5 |
Indústria extrativa |
63,069 |
48,902 |
+29 |
Indústria de
transformação |
121,297 |
114,017 |
+6,4 |
Outros produtos |
1,000 |
0,9 |
+11,1 |
TOTAL |
237,334 |
208,791 |
+13,7 |
Em entrevista à Agência Brasil, o presidente executivo da AEB, José Augusto de Castro, disse que três fatores contribuem para essas projeções: o forte aumento do preço da soja, o forte aumento do preço do minério e a recuperação do preço do petróleo.
Cotações
Os três produtos (soja,
minério de ferro e petróleo) lideram as exportações brasileiras de commodities (produtos
agrícolas e minerais comercializados no mercado internacional) e tiveram
aumento da cotação média em dólar por tonelada de 25%, 42% e 12%,
respectivamente, entre as cotações efetivadas em 2020 e as projetadas para
2021.
De acordo com a AEB, soja,
petróleo e minério responderão pelo recorde de 40,2% das exportações totais do
país projetadas para 2021, mantendo-se como motor de sustentação das vendas do
Brasil no exterior. Em 2021, pelo sétimo ano consecutivo, a soja continuará
sendo o produto líder de exportação, com US$ 36,550 bilhões, novo recorde,
aposta a AEB.
A China continuará sendo
o maior comprador da soja e do minério de ferro brasileiros. José Augusto de
Castro disse não acreditar que as críticas do governo brasileiro à China possam
afetar as relações comerciais bilaterais. “Poder [afetar], pode, mas não neste
momento”, afirmou.
PIB
Segundo Castro, o
comportamento das importações será fortemente influenciado pelo Produto Interno
Bruto (PIB, soma de todos os bens e serviços produzidos no país). A AEB avalia
entre 2,5% e 4% o crescimento do PIB brasileiro em 2020, o que poderá mitigar o
nível de desemprego, aumentar o consumo das famílias e do governo, ampliar a
demanda interna e acelerar as importações.
Castro disse também que é
preciso observar como o auxílio emergencial concedido aos trabalhadores
informais durante a pandemia do novo coronavírus vai influenciar no crescimento
do país, mas admitiu que as importações poderão ser desestimuladas, caso não
haja demanda interna.
Em documento, a AEB
destaca ainda que o ritmo da vacinação contra a covid-19 será outro fator
importante para concretização do quadro de alta da balança comercial
brasileira. Alguns fatores, entretanto, ficarão pendentes de definição, entre
os quais a possibilidade de atraso na vacinação, a posse do novo presidente dos
Estados Unidos e o anúncio de suas diretrizes; a guerra comercial entre os
Estados Unidos e a China, o comportamento das commodities no “novo
normal” e seus impactos na balança comercial do Brasil.
O presidente executivo da AEB salientou que o Brasil continua altamente dependente das exportações de commodities, em detrimento dos produtos manufaturados, de maior valor agregado, que sofrem o impacto negativo da falta de competitividade decorrente do elevado custo Brasil.
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